A prática da desassociação entre as Testemunhas de Jeová é um tema que transcende o âmbito religioso, mergulhando nas profundezas das experiências humanas e seus efeitos impactantes, indo contra até mesmo o código de leis brasileiras. Este processo, que implica a exclusão de um membro da comunidade religiosa (Salão do Reino), carrega consigo uma carga emocional avassaladora que afeta não apenas a pessoa desassociada, mas também suas relações interpessoais com sua família, amigos e outros membros da religião.
Como se dá a desassociação?
Você pode ser expulso caso cometa algum pecado que os Testemunhas de Jeová considerem grave, ou pode ser expulso simplesmente por não concordar com alguma doutrina. A separação abrupta de amigos e familiares, que muitas vezes são pilares fundamentais de apoio emocional, cria uma lacuna emocional difícil de ser preenchida. A sensação de perda, luto e isolamento pode se tornar avassaladora, levando a profundas cicatrizes emocionais, e muitas vezes levando essas pessoas a tentarem contra a sua própria vida.
O ostracismo resultante da desassociação não se limita apenas ao âmbito religioso; ele transcende para a esfera social e psicológica. A pessoa desassociada muitas vezes se vê desconectada de uma comunidade que antes era seu porto seguro. Lembrando que as testemunhas de Jeová são expressamente proibidas de ter contacto intimo, amizade com os chamados DESCRENTES, ou seja, qualquer pessoa que não seja testemunha de Jeová. Sendo assim quando alguém é expulso essa pessoa perde toda a sua base dentro da sociedade que ela era inclusa, família, amigos e muitas vezes ate o emprego. O senso de pertencimento é arrancado, deixando um vazio doloroso que pode perdurar por anos.
Quem deixa de conviver com o desassociado?
Imagine sua mãe e seu pai, sendo proibidos de ter contato amoroso, passeios, viagens em família, simplesmente porque você já não faz parte da mesma religião? Parece uma coisa surreal para quem não conhece ou não faz parte da religião, mas é algo que acontece muito mais do que imaginamos.
Aqueles que experimentam a desassociação frequentemente enfrentam a presença constante de ansiedade, depressão e outros transtornos emocionais. A pressão de viver sob o peso da exclusão social pode resultar em um isolamento ainda mais profundo, tornando mais difícil a busca por ajuda profissional ou apoio social. Muitas vezes, esses desassociados retornam para a organização (religião) mesmo sem acreditar mais em suas doutrinas, mesmo sem desejar fazer parte daquele grupo, para poder ter contato novamente com sua família e amigos. Digo isso por experiência própria, pois passei por esse humilhante processo duas vezes, pois a rejeição da minha família parecia ser o fim da minha vida.
Links para entrevistas com ex membros
Abaixo, deixo o link de alguns canais no Youtube que apresentam vídeos de importância extrema, nos quais diversas pessoas relatam suas experiências ao passarem pelo processo de desassociação e como enfrentaram isso. Recomendo que você reserve um tempo para assistir. Se ainda tiver alguma dúvida sobre o assunto, após o vídeo, perceberá o quão cruel é essa prática da desassociação.